IGNITED é uma banda de heavy metal originária do Brasil e nascida em 2017. No final de 2019 o grupo lançou seu primeiro álbum intitulado: Steelbound, um trabalho com dez músicas que tem causado polêmica entre os amantes do gênero em várias partes do mundo .
Entramos em contato com Dalton Castro (guitarra) e Denis Lima (voz) para conversar sobre a gênese da banda, o processo de composição do álbum e seus planos futuros. Isso é o que eles nos disseram.
Entrevista com Dalton Castro e Denis Lima do IGNITIED
Seus primeiros ensaios remontam a 2017, quando você percebeu que esse projeto tinha todo o potencial para ser uma banda?
Na verdade, fizemos o primeiro ensaio em janeiro de 2017, porém meses antes já havíamos definido algumas coisas a distância pois eu morava em um estado diferente. Havíamos criado 2 músicas em suas estruturas básicas, que eram Ignition e Pain. Também nos conhecemos desde 2001-2002 pois tínhamos uma banda chamada Herege e chegamos a lançar um álbum em 2008.
Por que você decidiu chamar a banda de IGNITED?
Essa ideia do nome surgiu pelo Denis, naquele momento pensamos em nomes que demonstrariam uma certa energia e uma certa força. Que fosse algo direto e nos inspirasse! Como se algo estivesse ligado para sempre!
Fiquei surpreso com a voz do Denis Lima, é justo dizer que temos um Halford brasileiro em potencial; como você lida com essa comparação?
Dalton: Na minha opinião é um elogio e tanto! Comparando com alguém que todos nós somos fãs aqui e respeitamos muito sua carreira, tanto no Judas Priest como no Fight e no seu trabalho solo autointitulado. Realmente é muito lisonjeiro essa comparação e todos aqui ficamos super felizes por isso.
Denis: Existem muitas técnicas distintas em todo o disco, porém a comparação com Halford é evidente, por se tratar de umas das melhores vozes que o rock conhece. É extremamente gratificante ser comparado a uma lenda.
Seu Heavy Metal é direto, você queria soar assim desde o início ou foi algo que aconteceu espontaneamente entre todos vocês?
Sim, queríamos algo voltado para tocar e se divertir… mais naturalmente, sendo algo também mais assimilável por parte da audiência. A ideia era descomplicar e deixar fluir coisas simples. Particularmente me inspirei muito nas levadas do Sabbath com o Vinnie Appice na bateria! como na música Letters from the Earth.
Por que eles decidiram escrever todas as suas canções em inglês; existe alguma chance de eles escreverem em português no futuro?
O fato de serem em inglês é porque queremos atingir o público internacional e conquistar territórios mais distantes. Sobre escrever em português, creio que sim, em algum momento certamente podemos pensar em escrever algumas músicas em português.
Como você conheceu Thiago Bianchi e que papel ele desempenhou para que o IGNITED se tornasse formalmente uma banda?
Conheci ele quando estava buscando um estúdio profissional para mixar e masterizar nossas duas faixas de demo inicial, a qual acabou não existindo e sim se transformou no álbum Steelbound. Já tínhamos formado a banda antes de conhecer ele. O seu trabalho tecnicamente foi muito bom na produção e direção da gravação do álbum.
Das músicas que compõem o STEELBOUND, quais são as mais antigas que você escreveu e o quanto elas mudaram desde a primeira versão até o que ouvimos no álbum?
Ignition e Pain são as mais antigas, tiveram consideráveis evoluções desde suas primeiras versões e seus primeiros rascunhos. Mantendo sempre a forma inicial simples e os riffs principais porém modificando pontualmente certas coisas. Principalmente na hora de gravar onde houveram sugestões diversas por parte do Thiago Bianchi para fazermos as faixas subirem de nível. Mas em meu computador tenho várias versões de cada uma da época da pré-produção. Acredito que os solos foram os que eu mais modifiquei hehe.
Li que o trabalho com o Thiago Bianchi foi à distância, como foi aquela experiência de trabalhar à distância; encontrou vantagens que poderiam ser utilizadas no futuro?
É totalmente possível realizar esse tipo de trabalho nos tempos atuais com os recursos tecnológicos que possuímos. Sendo muito fácil a comunicação e a troca de ideias. Ressalto que o fato de eu ter um home studio ajudou muito na construção das estruturas e todos ajustes durante a pré-produção.
A vantagem é que o músico deve dominar cada vez mais a habilidade de gravar-se sozinho, com o objetivo de ter os materiais com qualidade para que possam ser enviados para avaliação do produtor e para os demais membros da banda. Por fim, maturar as ideias confortavelmente e ter grandes resultados.
Eu sei que você gravou mais músicas do que as 10 que aparecem no álbum, você vai salvá-las para outro lançamento ou o que você planeja fazer com elas?
Temos um número considerável de faixas que não foram para o álbum Steelbound e ficaram apenas no estágio de pré-produção. Estão todas salvas aqui, inclusive com as novas que já criei e que estão no aguardo para saber o que faremos em seguida.
Como foi o processo de escolha da tracklist do STEELBOUND, quais critérios você utilizou?
Buscamos uma sequência empolgante de músicas, que houvesse um equilíbrio entre elas e fosse possível ouvir o disco todo quase que sem perceber. Como é nosso primeiro trabalho, escolhemos duas faixas poderosas no início para, de forma mais eletrizante, “convidar” as pessoas a conhecer o restante do disco.
Seu vídeo IGNITED foi muito bem recebido, como foi a experiência de gravá-lo, levando em consideração as restrições devido à pandemia e o fato de seu baixista já ter se infectado uma vez?
Na verdade, gravamos esse vídeo para a música Ignition em Abril de 2019, pouco menos de um ano antes da pandemia estourar aqui no Brasil. Se fosse nos dias atuais, não haveria como gravar com segurança, lamentavelmente. Mas fico feliz em saber que a galera gostou do vídeo!
Quais são seus planos para o resto do ano; Você vai se concentrar em promover a STEELBOUND ou já está trabalhando em um novo material?
Vamos continuar divulgando nosso primeiro álbum e também estamos trabalhando na produção do álbum ao vivo, com o material gravado no Bar Opinião em Porto Alegre-RS em novembro de 2019, na ocasião em que fomos uma das bandas de abertura do Noturnall com Mike Portnoy, sendo esse o nosso primeiro show realizado.
Temos a previsão de lançar durante 2021 um material ao vivo, apenas digitalmente. Além disso, temos ideias boas para o segundo disco já, mas precisamos antes publicar o material ao vivo para termos espaço para nos dedicarmos ao novo álbum de estúdio.
O Brasil não para de surpreender com bandas de enorme qualidade. Do seu ponto de vista, como você avalia o cenário brasileiro; Você concorda que pode ser o cenário mais vantajoso da América Latina?
Existem centenas de boas bandas promissoras aqui, posso garantir. Inclusive selecionei algumas ao longo dos últimos meses em uma playlist chamada Brazilian Metal Factory no Spotify, convido-os a darem uma ouvida!
No entanto o que falta é o estilo ser tratado com o respeito que merece e também existir novas formas de divulgar os trabalhos sem depender de pessoas que estão a muito tempo aqui na indústria musical e não inovam em absolutamente nada, muitas vezes fechando círculos de difícil acesso, ou se esquivando quando bandas novas chegam. Em relação a América Latina sinceramente não posso dizer pois não conheço de perto os outros países, porém noto que na Argentina e Chile existem muitos fãs de Heavy Metal.
Muito obrigado pelo seu tempo e respostas! Alguma palavra final para os leitores?
Sigam firme nos seus objetivos e sonhos mais autênticos que tiverem, eles acontecerão! Não dêem ouvidos aos fracassados e sejam sempre sábios para vencermos a ignorância. O Heavy Metal é nossa casa!
Obrigado pelas perguntas e estamos sempre à disposição!
Grande abraço!
Ignited – Steelbound
Tracklist
- Ignition (03:50)
- Pain (03:27)
- Steelbound (03:22)
- Living in the Dark (03:52)
- Call Me to Run (04:07)
- Times (03:36)
- Ground Pounding (04:13)
- Shining Void (04:30)
- Roaring Gears (03:31)
- Rotting (04:53)
IGNITED são
- Sama Benedet – Baixo
- Maurício Velasco – Drums
- Dalton Castro – Guitars
- Denis Lima – Vocals
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